Só um pouco antes do alvorecer é que um mensageiro, de olhar esgazeado, com as roupas impregnadas de um cheiro nauseabundo e desconhecido, veio comunicar aos combatentes a ordem de regressarem calmamente a casa e de nunca mais pensarem ou falarem a alguém dos acontecimentos daquela noite ou da existência dum homem chamado Joseph Curwen.

Muito pouco se veio a saber dito pelo boca destes homens e é o diário de Eleazar Smith o único documento que resta desta expedição iniciada sob a efígi do Leão de Ouro, à luz das estrelas.

Ao cabo de algum tempo, ouviu-se muito ao longe o que parecia ser o som do primeiro apito, logo seguido de uma grande algazarra, uivos e gritos à mistura com o ribombar duma explosão que parecia vir do mesmo lado; um dos homens, logo a seguir, julgou ter ouvido também ao longe alguns tiros e não tardou que o próprio Smith ouvisse ressoar no ar o eco estrondoso de algumas palavras titânicas.

Eleazar Smith, que comandava o terço encarregado de vigiar a costa, relata no diário que a marcha correu sem novidade e que a espera junto da baía foi demorada.

Um pouco antes da uma da manhã, as três divisões deixaram a quinta dos Fenners, uma com o encargo de vigiar a costa, outra a caminho da margem do rio e da abertura da caverna e a outra, para, subdividindo-se, cercar as várias construções da quinta de Curwen.

O chefe faria então soar o primeiro apito e as várias divisões dariam início ao ataque em três frentes.

O Dr. Bowen e Ezra Weeden iriam juntar-se ao capitão Whipple para lhe anunciar que a divisão da margem do rio estava pronta.

Moses Brown e John Carter foram com o capitão Hopkins para a margem do rio, enquanto o presidente Manning ia com o capitão Mathewson para o edifício de pedra.

Os que estavam de guarda à costa ficavam, em boa verdade, fora do alcance do apito e, se fosse necessário recorrer a eles, teria de lhes enviar um mensageiro especial.

Tinha consigo um apito potente e a certeza de que os sinais seriam ouvidos e compreendidos.

O capitão Wipple não duvidava da existência das catacumbas e, ao gizar estes planos, não pensou senão nestas alternativas.

Três apitos seriam o sinal a chamar o grupo encarregado de cercar a quinta: os vinte homens dividir-se-iam em partes iguais e penetrariam nos subterrâneos, uns pela quinta e os outros pela abertura da escarpa.

O terço destacado para a construção de pedra tinha uma missão análoga, ao ouvir idênticos sinais: forçar primeiramente a entrada, descobrir a passagem e descer depois aos subterrâneos que descobrisse, onde se juntaria aos outros que deveriam já estar no interior das cavernas.

Quando soassem dois apitos, entrariam e apanhariam o inimigo de surpresa ou juntar-se-iam ao grosso dos assaltantes.

Os que tinham descido para a margem do rio, fariam ir pelos ares a porta aberta no talude, assim que ouvissem um apito, e tratariam de capturar quem quer que saísse dos subterrâneos.